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“Oktoberfest artesanal” faria Blumenau perder R$ 30 milhões em receitas, diz secretário

por ECX Online

BLUMENAU – A proposta defendida por cervejarias de Blumenau e região de fazer da Oktoberfest uma festa totalmente artesanal, somente com marcas de chope do Vale Europeu, faria a Vila Germânica perder quase R$ 30 milhões em receita. Quem diz isso é o secretário de Turismo e Lazer, Marcelo Greuel. O potencial impacto financeiro nas contas públicas é o principal foco de resistência da prefeitura em adotar o modelo sugerido por representantes do setor cervejeiro local.

O cálculo do município considera renúncias de receitas que ocorreriam caso o formato sugerido pelas empresas regionais fosse implementado. No ofício entregue à prefeitura em janeiro, a Associação Vale da Cerveja e o Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado de Santa Catarina propõem redução da comissão sobre serviços financeiros (cartão de consumo) de 6,5% para metade disso, ou no máximo 4%, além de uma diminuição sobre a comissão de vendas.

As entidades também querem isenção de valores iniciais a serem desembolsados, como contrapartida para que um eventual consórcio local banque a decoração da Oktoberfest – uma despesa que costuma passar dos R$ 5 milhões. O pedido vai na contramão do que quer a prefeitura. A coluna apurou que a licitação para a cervejaria oficial da festa, que está em vias de ser lançada, deve cobrar da empresa vencedora uma quantia anual mínima próxima de R$ 3 milhões. O contrato deve ter seis anos de duração, aumentando a fatura.

O impacto de R$ 30 milhões na receita da festa ocorreria, segundo Greuel, ao longo de cinco anos, período de contrato proposto pelas cervejarias da região. O secretário alega que o caixa gerado pela Oktoberfest ajuda a bancar outros eventos turísticos e de lazer, como o Natal, o Réveillon, a Sommerfest e a Páscoa, além de custear despesas da Vila Germânica. O grande receio é mexer em um formato consolidado e perder dinheiro.

— Não podemos abrir mão de uma receita desse vulto que impacta diretamente em várias ações de turismo que beneficiam a cidade. Não somos contra, achamos o movimento legal, mas temos que ter responsabilidade sobre o impacto econômico — diz Greuel.

O secretário admite que a iniciativa das entidades do setor soa simpática aos olhos do público e da comunidade, mas tenta evitar que a posição da prefeitura seja associada a algum tipo de desprestígio das marcas locais. Ele sustenta que a última edição da Oktoberfest já aumentou de sete para 12 o número de cervejarias artesanais, um recado de que a produção regional é valorizada, e que a licitação que está para ser lançada abrirá a oportunidade de formação de consórcios, permitindo que as empresas da região se organizem para entrar na disputa.

A iniciativa em defesa de uma “Oktoberfest artesanal”, sob o mote “Nossa festa, nossa cerveja”, já tem pelo menos um aliado externo de peso. A diretoria da Associação Empresarial de Blumenau (Acib) definiu que vai apoiar a causa.

O outro lado

Marcado para esta quarta-feira (8), o lançamento oficial do movimento deve trazer mais argumentos econômicos que sustentam a proposta defendida pelas empresas da região. A comparação dos números é importante para que a sociedade avalie o que está em jogo.

No formato idealizado pelo Vale da Cerveja e Sindibebidas-SC, uma Oktoberfest somente com marcas locais geraria mais empregos diretos e renda na região, além de ampliar a arrecadação de impostos a partir do incremento da produção. As entidades alegam que, nas mãos de uma multinacional, muitas dessas receitas acabam indo para outras cidades.

A participação de um consórcio local também abriria oportunidade, sustentam os produtores regionais, para que outros patrocinadores de grande porte participassem da Oktoberfest, ampliando a geração de receitas da Vila Germânica. Nos bastidores, corre a informação de que conflitos de interesse estariam afastando potenciais parceiros.

As empresas do Vale Europeu também mostram disposição de repassar à prefeitura até 70% da receita líquida do camarote principal da cervejaria principal, além de defenderem que cada pavilhão da Vila Germânica tenha um patrocinador adicional oficial, no que seriam fontes adicionais de recursos para a organização.

NSC

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