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Atleta catarinense relata tensão em cidade tomada pelo exército russo na Ucrânia

Por Evandro Corbari

MUNDO – O atleta catarinense de Jaraguá do Sul, Daniel Rosa, está em Kherson, cidade da Ucrânia que foi dominada por tropas russas na noite desta terça-feira (03). Junto com outros dois brasileiros em um apartamento, o jogador de futsal aguarda o momento mais seguro para fugir do país e torce para que a guerra acabe.

No dia em que os ataques começaram, em 24 de março, Daniel conta que voltava com o time de uma partida que tinha ocorrido em uma cidade próxima à fronteira do país. Chegando em Kherson e ainda no ônibus, os ucranianos do time foram avisados da invasão russa e os jogadores começaram a ver que todos os moradores faziam o caminho contrário: para sair da cidade. 

Segundo o atleta, quando a sirene — que alerta para a chegada de bombardeios — soava, ele e os colegas se abrigavam em uma espécie de porão subterrâneo do treinador do time. Durante os três primeiros dias, cerca de 30 pessoas, entre atletas, família e amigos ficaram no porão para se proteger dos ataques. 

— É bem difícil mesmo, tem jogador com gêmeos recém-nascidos, com irmão no front. A gente tava ali junto, é uma coisa muito inacreditável de acompanhar, não quero que ninguém saiba o que é isso e conheça [a guerra] — fala Daniel. 

Desde domingo (27), os brasileiros têm ouvido o barulho das bombas ficarem mais altos e soarem mais próximos. Daniel conta que o dia em que mais ouviu os sons da guerra foi na terça-feira (01), quando os ucranianos resistiram à invasão dos russos em Kherson. Do apartamento, o atleta recebeu vídeos e fotos de colegas que mostraram militares e civis mortos no confronto. A estimativa é que em torno de 300 pessoas morreram no conflito ocorrido na cidade neste dia. 

 Após um último som de bombardeio na noite de terça (02), os ânimos parecem ter acalmado. O prefeito de Kherson assumiu uma postura mais pacífica e pediu ao exército russo a criação de um “corredor verde”, um trajeto seguro para transporte dos mortos e de comida e água. Nesta quarta-feira (03), os brasileiros foram ao mercado comprar comida. 

— Desde ontem tá tudo mais quieto. Hoje a gente foi no mercado comprar comida e passamos pelos soldados russos, é tenso, mas foi tranquilo — conta o jogador.

Para a família preocupada o jogador todos os dias avisa: quando ele não responde, é porque está dormindo. Daniel fala que apesar da situação estar mais tranquila e eles estarem em contato com a embaixada, ainda não existe garantias de que a saída da Ucrânia será segura.

NSC

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