Barragem Sul, em Ituporanga, passa a ser operada remotamente a partir de Florianópolis

A Barragem Sul, em Ituporanga, no Alto Vale, agora pode ser operada a mais de 140 km de distância. Técnicos da Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina, em Florianópolis, passaram a controlar remotamente as comportas da estrutura, que passou por sua primeira reforma desde a construção na década de 1970.

Com investimento de R$ 23,3 milhões, a modernização incluiu a substituição das cinco comportas principais, revisão dos canais internos e melhorias no sistema elétrico. O novo sistema permite o controle presencial ou remoto da barragem, via internet. Em caso de queda de energia, um gerador automático entra em ação. Se necessário, um banco de baterias também mantém o funcionamento. A comunicação é feita por fibra óptica e conta com conexão via satélite (Starlink) como suporte secundário.

De acordo com o Governo Estadual, a operação remota permite respostas mais ágeis em períodos de cheia. As comportas são acionadas com base em dados enviados por uma estação hidrometeorológica em Rio do Sul. O protocolo de operação prevê o fechamento das comportas laterais (1 e 5), seguido das intermediárias (2 e 4) e, por fim, da comporta central (3). A abertura ocorre na ordem inversa, garantindo segurança na vazão do Rio Itajaí-Açu.

A tecnologia adotada deve servir como modelo para outras estruturas. A intenção do governo estadual é estender o processo de modernização às barragens Oeste (em Taió) e Norte (em José Boiteux), com a implantação de sistemas automatizados semelhantes.

Além da reforma estrutural já concluída, está em andamento uma licitação para recuperação do vertedouro da Barragem Sul, além de estruturas complementares como o salto esqui, responsável pela dissipação da energia da água que passa pelo vertedouro.

A meta da Defesa Civil é que todas as barragens do Estado estejam integradas ao sistema remoto de operação, com monitoramento direto a partir da sede da secretaria, em Florianópolis. O objetivo é garantir mais agilidade na gestão de cheias e aumentar a segurança de municípios do Vale do Itajaí e de outras regiões afetadas por eventos extremos.