São Francisco do Sul tem início de 2022 com maior número de mortes dos últimos anos, diz PM
Por Evandro Corbari
NORTE CATARINENSE – Com quatro homicídios já registrados, São Francisco do Sul teve o início de 2022 com maior número de mortes dos últimos anos. De acordo com o comandante do 27º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Jaílton Franzoni de Abreu, em dez anos que atua na cidade, nunca tinha presenciado tantos assassinatos em apenas 10 dias.
O último crime aconteceu por volta de meia-noite da última segunda-feira (10), quando um homem de 53 anos, que estava caminhando pela rua Almirante Barroso, no bairro Rocio Pequeno, foi morto com pelo menos sete tiros.
A vítima, ainda não identificada, chegou a ser socorrida pelos bombeiros, mas morreu logo após dar entrada no hospital Nossa Senhora da Graça. Segundo Franzoni, o homem tinha “muitas passagens policiais por diversos crimes”, todos decorrentes de tráfico de drogas.
O comandante cita que, em 2016, São Francisco do Sul bateu recorde ao ultrapassar dos 30 homicídios. No entanto, o número foi registrado ao longo do ano.
— Desde o final de novembro pra cá, foram dez homicídios na cidade. Em todo 2021, foram cerca de 15 assassinatos. Então, em um mês, foi muita morte. Nunca tinha visto esse número considerável no tempo que estou aqui. É quase uma morte por dia — destaca o comandante.
O que está por trás dos crimes
De todos os quatro assassinatos já registrados na cidade, segundo Franzoni, todos os crimes tiveram alguma ligação com tráfico, seja por dívidas de drogas ou brigas entre facções criminosas rivais.
O comandante explica que a maioria dos crimes tem acontecido, justamente, dentro de casas ou locais mais afastados da cidade, como terrenos baldios e regiões mal iluminadas, “onde a PM não alcança”, diz.
E, apesar de avaliar a situação como preocupantes, não considera, neste momento, um cenário grave.
— É uma situação de dentro da própria facção criminosa. Analisamos neste aspecto, e é uma briga por poder. As famílias e população no geral não correm riscos. Não é o aumento da criminalidade, é o aumento do número de homicídios em decorrência do tráfico de drogas — pontua.
Ações integradas
O comandante tenente-coronel Franzoni afirma que, nesta terça-feira (11), reuniu-se com representantes da prefeitura do município para debater ações que podem auxiliar no combate ao crime organizado na cidade e, consequentemente, na diminuição de assassinatos.
Com locais já mapeados, um de seus pedidos ao órgão público, por exemplo, foi de melhorias na iluminação pública e fiscalização em terrenos baldios abandonados, que podem ser utilizados como esconderijo de criminosos ou, até mesmo, de armas e drogas.
Outra ação pontual é, em parceria com a associação comercial, pedir aos empresários da cidade que coloquem câmeras de videomonitoramento em “pontos sensíveis” do município para aumentar o leque de vigilância. Segundo o comandante, algumas empresas privadas já estão disponibilizando câmeras a fim de monitorar “movimentações suspeitas”.
Também, desde o final do ano passado, segundo Franzoni, a PM está em contato com cúpulas de comando da Polícia Civil e de outras instituições de segurança para que sejam realizadas atividades conjuntas com objetivo da diminuição de incidência desses crimes.
NSC








