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Governador pede desculpas a desembargador por fala sobre “boca torta”

por ECX Online

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SANTA CATARINA – O desembargador substituto do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, João Marcos Buch, desistiu da ação por danos morais que movia contra o governador Jorginho Mello (PL). A desistência ocorreu após uma visita inesperada do governador ao gabinete de Buch, acompanhado do desembargador João Henrique Blasi, ex-presidente do TJSC.

A portas fechadas, o chefe do Executivo pediu desculpas a João Marcos Buch. A coluna apurou que a visita ocorreu na última quarta-feira (29), véspera de feriado.

O motivo da ação movida pelo desembargador, com pedido de indenização, foi uma fala do governador sobre o impasse que envolvia a nomeação do filho do governador, o advogado Filipe Mello, para assumir a Casa Civil. Buch acatou um pedido de liminar do PSOL que impedia a nomeação de Filipe. Questionado por jornalistas sobre o caso, durante um evento da Federação das Indústrias de SC (Fiesc), Jorginho disse:

“Para que criar polêmica? O governo está voando. Para que dar margem para alguma oposição boca torta, que talvez encoste um filho para ganhar uma boquinha. A gente não precisa disso, graças a Deus”.

A fala do governador foi vista como um ataque pessoal pelo desembargador, que possui uma cicatriz no rosto decorrente de um acidente com arma de fogo na infância. O caso virou notícia nacional.

No pedido de desistência da ação, o desembargador relatou ter aceitado o pedido de desculpas do governador:

“O fato é que o governador veio pessoalmente até o gabinete deste magistrado no Tribunal de Justiça, explicou o contexto e desculpou-se por sua fala em entrevista concedida no dia 10.01.2024. Assim, ponderei com meu advogado sobre tudo, em especial sobre a harmonia que deve existir entre pessoas públicas,  com o fortalecimento da comunicação não discriminatória, e assim aceitei as desculpas, dando por encerrada a ação. Entendo que isso é oferecer a outra face, que não significa apanhar duas vezes, mas contrapor a face da não violência à da violência, a da civilidade ao discurso do ódio, é construir a concórdia, com o respeito integral à dignidade da pessoa humana”.

 

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