Médico é condenado por morte de feto após negligenciar atendimento em hospital de Indaial
INDAIAL – O Tribunal do Júri da Comarca de Indaial condenou um médico obstetra por homicídio, omissão penalmente relevante e por falsidade ideológica.
Segundo a denúncia do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), o médico foi informado diversas vezes sobre o agravamento do quadro clínico da paciente, que apresentava dores intensas e sangramento.
Mesmo sendo o responsável pelo pré-natal ele se recusou a comparecer ao hospital durante a madrugada. Em uma das ligações, chegou a afirmar que “a paciente e a família estavam enchendo o seu saco a semana toda”.
Cesárea só foi autorizada horas depois
Somente por volta das 8h do dia seguinte, o médico foi até o hospital. Mesmo assim, priorizou outros atendimentos antes de avaliar a gestante. Quando autorizou a cesariana de emergência, o feto já não apresentava sinais vitais. Laudo médico indicou morte por hipóxia aguda decorrente de descolamento prematuro da placenta.
Prontuário forjado para ocultar atraso
Além da omissão no atendimento, o obstetra foi condenado por inserir informação falsa no prontuário hospitalar, tentando encobrir sua conduta. A anotação alegava que a cirurgia teria sido feita duas horas após a solicitação da sala, o que não condizia com os registros reais.
Apesar de acompanhar a sessão do júri, o médico fugiu antes da leitura da sentença, impedindo o cumprimento imediato da pena. A juíza do caso, no entanto, expediu mandado de prisão ao final do julgamento.
Os promotores de Justiça Thiago Ferla e Louise Schneider Lersch destacaram o sofrimento da família e o impacto do caso. Para Ferla, o julgamento “deu a devida resposta” à omissão do médico.